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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Software brasileiro traduz internet para surdos e ganha prêmio da ONU

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O Programa “Mãos que Falam”, idealizado por três brasileiros de Alagoas, para integrar surdos à internet, tem sons, textos e até fotos em Libras, Linguagem Brasileira de Sinais.

Seu público alvo são pessoas com deficiência auditiva que não entendem bem português ou são analfabetos.

O programa acaba de receber um importante prêmio internacional: venceu o World Summit Award Mobile (WSA-Mobile), uma competição bienal promovida pelas Nações Unidas e parceiros.

Representantes de 100 países participaram da disputa que escolheu 40 finalistas em oito categorias.
Hugo, o avatar do aplicativo que usa as mãos para conversar com os usuários, levou para casa o prêmio da categoria Inclusão.
O personagem funciona como interface para traduzir conteúdos digitais na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).

“Esta é a primeira língua que os surdos aprendem, só depois vem o português”, explica o Diretor Executivo do projeto, Ronaldo Tenório, um dos três idealizadores do Mãos que Falam.

Segundo ele, ainda existe um percentual elevado de surdos que não entende bem português e que, por diferentes motivos, abandonou a escola sem uma alfabetização completa.

O programa pretende facilitar a compreensão.

O software reconhece as palavras de uma mensagem de texto, por exemplo, e o personagem Hugo interpreta o significado em Libras.

O caminho inverso – a possibilidade de responder em libras que seriam convertidas em texto – faz parte dos planos para uma segunda etapa do projeto. Os cuidados agora estão em aperfeiçoar os códigos que funcionam como cérebro do avatar: quanto mais for usado, mais precisas se tornam as traduções.

Hugo também ajuda na interpretação de imagens que tenham texto, como a capa de um jornal.

O usuário fotografa a página e a imagem é varrida pelo programa em busca de caracteres.

Um sistema de reconhecimento lê o conteúdo, que é traduzido em gestos. Tenório diz que a mesma ferramenta poderia ajudar na leitura de placas de informação.


“Queremos fazer com que o surdo entenda conteúdos e tenha acesso ao conhecimento”, afirma.

Uma equipe de mais 20 pessoas trabalha agora para o lançamento oficial dos aplicativos para celular.

A previsão é que o software possa ser baixado em smartphones com diferentes sistemas operacionais no segundo semestre deste ano.

Por hora, a empresa comercializa licenças da versão web do programa, que pode ser instalada em qualquer site para torná-lo acessível a quem depende dos sinais.

Tenório explica que essas licenças são comercializadas, mas o usuário final não paga pelo serviço.

“Entendemos que o surdo não precisa pagar para ter acesso a informação, e os aplicativos para celulares também serão gratuitos”, antecipa.

A premiação internacional – que se seguiu a outras conquistas locais – alavancou a empresa, e hoje o que era apenas uma ideia se transformou na fonte de renda dos jovens empreendedores.

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