Os usuários dos serviços do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) de Mossoró, localizado na Central do Cidadão, queixam-se da demora para conseguir retirar a 1ª ou 2ª vias da carteira de identidade. Os agendamentos estão sendo realizados com três meses de antecedência, ou seja, para conseguir ser atendido em abril as pessoas tiveram que marcar previamente em janeiro. Diariamente são emitidas na Central do Cidadão cerca de 130 Registros Gerais (RGs).
O mossoroense Francisco César de Oliveira disse que, além de esperar três meses para conseguir emitir a carteira de identidade, ainda teve que aguardar cerca de sete horas para ser atendido.
"A gente precisa agendar e depois precisa pegar ficha. Pela manhã houve bastante confusão e muitas pessoas acabam não conseguindo pegar o ticket para ser atendido. Tive que esperar horas, acabei perdendo um dia inteiro de trabalho, mas se eu voltasse ao emprego, não sei quando iria conseguir fazer meu documento novamente", relatou Francisco.
Ele complementa dizendo que, além da espera para ser atendido, o usuário não encontra condições para aguardar da forma adequada. "Faltam cadeira e espaço dentro das salas para comportar tantas pessoas. A manhã inteira tive que aguardar pelo serviço no calor, só consegui ingressar de fato na sala do Itep à tarde", expôs Francisco.
Profissionais que preferiram não se identificar, com medo de retaliações, explicam que um dos grandes problemas da instituição é a falta de um número maior de trabalhadores.
"Deveriam existir quatro servidores para atender mensalmente uma média de 3.900 pessoas, no entanto, existem apenas dois trabalhadores, pois alguns deles foram afastados por problemas psicológicos. A pressão é muito grande, a gente não aguenta. Recebemos ameaças constantes, os usuários estão descontentes, fazemos todo o possível, mas estamos sobrecarregados", relatam os profissionais.
Os servidores explicam que a demora no agendamento dá-se em virtude da falta de informatização do sistema.
"Quando as pessoas vão tirar a segunda via da documentação, é preciso consultar os arquivos para conferir as informações, estes estão registrados da forma antiga, ou seja, manualmente. Essa documentação se encontra em Natal e precisa ser pesquisada, por isso demora, o agendamento é necessário. Com um sistema informatizado esse processo seria mais ágil", esclareceram os profissionais.
Profissionais e servidores da Central do Cidadão sofrem com ausência de segurança
Outro problema que assola os usuários e profissionais da Central do Cidadão é a falta de segurança. A situação já persiste há seis meses. Recentemente, um cidadão entrou com o rosto coberto por um capacete e pediu para ser atendido, e diante da impossibilidade, ameaçou as pessoas que se encontravam no local.
A cidadã Carla Rodrigues disse que vai ao banco localizado na Central, pois fica próximo à sua residência, no entanto sente-se temerosa. "O que a gente percebe é que o fluxo de pessoas que vêm pagar contas, sacar dinheiro, ou até mesmo pagar documentação, é muito grande. Um segurança não resolve a situação, mas pelo menos ameniza o problema", relata Carla.
De acordo com responsáveis pela instituição, a situação foi informada às autoridades competentes, porém nenhuma medida foi tomada a respeito. "Entramos em contato com o órgão de Natal, autoridades locais, porém não obtivemos resposta. Alguns profissionais foram ameaçados e estão amedrontados".
O comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar, major Correia Lima, disse que são realizadas rondas dinâmicas e periódicas no local, e que estas têm suprido a demanda. "Como não podemos distribuir nossos profissionais, já que o quantitativo é reduzido, temos realizado as rondas e elas têm se mostrado efetivas. Qualquer problema em relação à segurança, a polícia pode ser acionada através do 190", falou o comandante.
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