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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dilma participa da posse de Ollanta Humala no Peru



Lima e Brasília - A presidenta Dilma Rousseff inicia hoje (28) uma agenda de dois dias voltada para as relações com vizinhos da América do Sul ao participar da posse do presidente eleito do Peru, Ollanta Humala (foto), em Lima. A cerimônia começa no Congresso Nacional e termina com um almoço oferecido por Humala, no Palácio do Governo. Amanhã (29), Dilma recebe a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, como parte da agenda periódica de encontros bilaterais.
A presidenta está no Peru desde a noite de ontem (27) e retorna ao Brasil no fim do dia. Dilma deve participar ainda de uma reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Um dos temas será a necessidade de integração regional para fazer evitar consequências da crise que afeta os Estados Unidos e países da União Europeia.
"O continente tem que estar preocupado com a situação mundial porque estamos assistindo a modelos econômicos derretendo", disse o assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, em entrevista a imprensa.
Segundo ele, uma recessão nos países desenvolvidos afetara a região – especialmente as economias de países como o Peru, que dependem mais de exportações. Daí a importância de uma maior integração regional e da busca de novos mercados, como China e Índia.
Marco Aurélio também falou da tendência de aliar crescimento econômico à melhor distribuição de renda. “Não basta só crescer e a população ficar ao Deus dará", disse ele. Como exemplo, citou o caso de Humala, que inspirou-se no ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e prometeu ampliar os projetos sociais, sem mexer no modelo econômico.
O nacionalista Ollanta Humala assume a presidência do Peru após ter vencido uma disputa acirrada com a conservadora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).
Humala escolheu o Brasil como destino para a primeira visita após a eleição e explicou ter feito a opção por considerar o país modelo de desenvolvimento econômico com inclusão social. Durante a visita, em junho, Humala declarou a intenção de reforçar a atuação do Peru na Unasul e no Mercosul, onde é membro associado. Citou ainda o narcotráfico como um dos desafios a ser enfrentado em conjunto com os países vizinhos.
Analistas políticos e econômicos avaliam que, internamente, um dos principais desafios de Ollanta Humala será a falta de emprego no Peru e o elevado percentual de pobreza no país – aproximadamente 30% da população são considerados na faixa de pobreza.
Humala assume hoje com desafio de manter economia estável e implementar planos sociais
Lima - O militar da reserva Ollanta Humala assume hoje (28) a Presidência do Peru com um importante desafio: manter a estabilidade econômica de um país que, na última década, manteve índices de crescimento invejáveis e distribuir a renda aos setores mais marginalizados, que votaram nele e que representam 34% da população. Inspirado no ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, Humala quer ampliar os programas sociais como o Juntos - a versão peruana do Bolsa Família, que atende a 471 mil famílias. O problema é que a carga tributária no país é pequena e o orçamento do governo também.
"O grande desafio de Humala será repetir o modelo de Lula: conseguir fazer um processo de inclusão social gradual, que satisfaça as aspirações daqueles que votaram nele porque querem uma mudança", disse o analista político argentino Rosendo Fraga, do Centro de Estudos Nova Maioria.
Uma das propostas em discussão no novo governo peruano é a adoção de um mecanismo semelhante ao argentino para aumentar o caixa do governo. A Argentina aplica retenções (um imposto) às exportações de grãos que têm crescido com o boom das commodities. O Peru quer fazer algo parecido com os lucros das empresas de mineração.
Humala foi eleito presidente no último dia 19 de junho, com 51,5% dos votos. Sua vitória foi atribuída a uma mudança de atitude. Considerado discípulo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ele moderou o discurso e seguiu os passos de Lula: na campanha divulgou uma Carta ao Povo Peruano, comprometendo-se a manter a estabilidade econômica e prometendo uma melhor distribuição da renda. Uma vez eleito, ele deu um sinal claro de que a adoção de políticas sociais não implicaria em uma mudança da política econômica, que permitiu ao país crescer mais de 8% no ano passado. Para o cargo de ministro das Finanças, ele nomeou Luis Castilla, vice-ministro no governo de seu antecessor, Alan Garcia. Além de Castilla, ele nomeou para o cargo de primeiro-ministro o empresário Salomon Lerner Ghitis.

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