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sábado, 23 de julho de 2011

Cerca de 60% das gestantes de Mossoró não realizam o pré-natal



Aproximadamente 60% das gestantes de Mossoró atendidas pela Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR) chegam até a unidade hospitalar sem o devido acompanhamento médico, o pré-natal. Os números fazem parte de um levantamento realizado pela CSDR e apontam uma realidade preocupante.
"Em nível global, esse percentual chega a 43%, uma vez que o hospital recebe gestantes de mais de 60 municípios do Estado. Muitas dessas mulheres chegam até a Casa de Saúde com informações incompletas, sem a quantidade de consultas que deveriam ter sido realizados", constata o diretor-geral da CDSR, André Néo.
De acordo com André Néo, o problema ocorre devido às dificuldades existentes no Programa Saúde da Família (PSF), já que, segundo o diretor, os agentes de saúde responsáveis por realizar o acompanhamento das famílias, muitas vezes não efetuam esse trabalho de maneira adequada.
"O PSF deixa muito a desejar. Cabe ao agente de saúde ir até a casa das famílias, buscar informações referentes à existência de gestantes naquelas residências e orientar essas mulheres a procurarem acompanhamento, o que não tem acontecido em muitos municípios do Estado, inclusive aqui em Mossoró", destaca o médico.
O não-acompanhamento médico pode acarretar, entre as gestantes, gravidez de risco, surgimento de pressão alta e diabetes, Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) que podem ser transmitidas para a criança, além do nascimento pré-maturo do bebê. "Essa situação é preocupante. A ausência do pré-natal também é um dos fatores que contribuem para a alta incidência de mães que vão para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) após o parto. O número de crianças que também são encaminhadas para as UTIs neonatais também cresce entre as gestantes que tiveram um acompanhamento durante a gravidez", ressalta André Néo.
A CSDR realiza por mês, aproximadamente, 600 partos, sendo que 50% desse total são atendimentos prestados as gestantes de outras regiões. "Os próprios gestores não se preocupam em conhecer o número de gestantes existentes em seus municípios, o que dificulta o trabalho dos profissionais de saúde", afirma o diretor.
A mortalidade neonatal também é uma das possíveis consequências da falta de acompanhamento. "O Rio Grande do Norte possui um dos piores índices de mortalidade infantil do país. Essa questão é motivo de preocupação em todo o país, por isso o Governo Federal estabeleceu metas com o objetivo de amenizar essa situação. Felizmente, em nossa cidade, os números caíram consideravelmente após a implantação da UTI neonatal. Antes, esse índice era muito alto, mas foi reduzido em aproximadamente 60%", diz André Néo. 
Grávidas da Maternidade Almeida Castro recebem acompanhamento através do projeto Parto Feliz
Com o objetivo de dar o apoio necessário à gravidez e preparar as gestantes para o parto, a Maternidade Almeida Castro realiza, desde o ano 2000, o projeto Parto Feliz. De acordo com André Néo, as grávidas e acompanhantes recebem orientação, através de palestras e encontros, com uma equipe composta por enfermeiros, psicólogos, professores de educação física, entre outros.
"As mães de primeira viagem, para o qual o projeto é destinado, recebem essas orientações a partir de uma capacitação multidisciplinar. Essas gestantes, na hora do parto, se sentem mais tranquilas", frisa o diretor da CSDR.
Entre os temas trabalhados nos encontros do projeto Parto Feliz, que acontecem semanalmente, estão o aleitamento materno, normas e rotinas dos partos. "O projeto é uma alternativa para que essas gestantes possam ter um acompanhamento durante a gravidez", conclui André Néo.

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