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terça-feira, 9 de julho de 2013

Falta de repasse de recursos prejudica atendimento no Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró

Centro de Oncologia passa por dificuldades

O Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM) está enfrentando dificuldades devido à falta de repasse de recursos por parte da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). O diretor, oncologista Cure de Medeiros, elenca pelo menos três graves problemas oriundos da falta de recursos, entre eles a ameaça de paralisação da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do COHM. 
Segundo ele, os médicos da UTI estão sem receber o pagamento do último mês. "O atraso é de um mês, mas afeta e muito os serviços da Unidade, pois os custos para manter a UTI são altíssimos", explica. Sem receber os salários os médicos que atendem no Centro de Oncologia não têm condições de desempenhar seus serviços. 
Cure de Medeiros informa que os médicos deveriam ter recebido seus salários no último dia 20, o que não ocorreu. "Conversamos com eles para que continuem trabalhando até o problema ser solucionado, mas entendemos que é difícil um profissional trabalhar sem receber", relata. 
Ele destaca que procurou a secretária municipal de Saúde, Jaqueline Amaral, que informou que o atraso é devido a problemas burocráticos. O médico diz que chegaram a procurar a prefeita Cláudia Regina para tentar resolver a situação, mas não teve sucesso. 
Além da questão da UTI, outro ponto que está prejudicando os pacientes que necessitam de tratamento contra o câncer é a demora na realização de exames. Cure de Medeiros frisa que pacientes chegam a esperar até um ano para fazer os exames para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. 
"A grande maioria dos pacientes com câncer faz o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e não tem condições de fazer exames em hospitais particulares. A morosidade prejudica e muito o tratamento. É uma situação complicada que está cansando médicos e pacientes", afirma o profissional. 
Outra questão apontada pelo oncologista é a falta de repasse dos R$ 125 mil para terminar o serviço de radioterapia e dos recursos para manter a máquina instalada do Hospital da Solidariedade. "Mesmo sem iniciar os serviços de radioterapia, precisamos de recursos para manter o hospital, pagar funcionários, manter pacientes. E sem a verba, o trabalho torna-se inviável", diz. 
Para iniciar os serviços de radioterapia, o Hospital da Solidariedade aguarda tão somente o credenciamento ao SUS, junto ao Ministério da Saúde. "Há quatro meses iniciamos o processo de credenciamento. A documentação passou cerca de dois meses na Secretaria Municipal de Saúde para poder seguir para a Secretaria Estadual de Saúde e posteriormente ir a Brasília, onde o processo está atualmente", informa. Ele destaca que cerca de 50 pacientes já aguardam o credenciamento para iniciar o serviço de radioterapia. 
Segundo Cure de Medeiros, o Centro de Oncologia atende em média quatro mil pacientes por mês, sendo 600 em tratamento de quimioterapia. "Não entendo por que a prefeitura não paga a UTI. Se não tem recursos, então tire do que não é tão prioritário, como festas e eventos. A gente que trabalha diariamente com pacientes com câncer e vê a luta deles para sobreviver vai se cansando dessa situação toda. São problemas que precisam de solução imediata, pois os pacientes não podem ficar sem atendimento. A saúde precisa ser prioridade para o município", desabafa. 
A equipe de reportagem do jornal O Mossoroense tentou entrar em contato com a secretária municipal de Saúde, Jaqueline Amaral, para saber sobre os repasses para o COHM, mas não obteve êxito nas tentativas.

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