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domingo, 6 de novembro de 2011

Mais de 30 mil famílias em Mossoró vivem com renda per capita mensal de até meio salário mínimo



Nos últimos anos Mossoró tem apresentado visíveis sinais de crescimento horizontal (ampliação e surgimento de bairros e loteamentos) e vertical (construção de edifícios), porém, grande parte da população continua excluída desse processo. É o que mostra dados atualizados do Cadastro Único do Governo Federal, que retrata a situação socioeconômica dos municípios brasileiros.
Segundo o Cadastro Único, 25.081 famílias sobrevivem com renda per capita de até R$ 140 mensal em Mossoró, ou seja, a divisão da renda familiar pelos integrantes da família chega a, no máximo, R$ 140 por indivíduo. Também conforme o Cadastro Único, 30.575 famílias vivem com renda per capita de até meio salário mínimo, ou R$ 272,50.
Criado em julho de 2001, o Cadastro Único tem por objetivo retratar a situação socioeconômica da população de todos os municípios brasileiros. Essa ferramenta mapeia e identifica as famílias de baixa renda e permite ao Governo Federal conhecer a principais necessidades das cidades brasileiras.
Assim, as informações servem de subsídios ao poder público na formulação e implantação de serviços sociais para os municípios. A utilização do Cadastro Único pelas três esferas do Governo proporciona maior abrangência dos programas sociais, ajuda a identificar os potenciais beneficiários e evita a sobreposição de programas para uma mesma família.
As informações do Cadastro Único mostram que milhares de famílias continuam na pobreza em Mossoró, apesar do crescimento dos últimos anos. Mostra que a realidade de Mossoró não se resume aos edifícios em construção e às praças e ruas da área central da cidade
Revelam que a realidade é bem mais dura nos bairros periféricos, onde aumenta a massa desempregada, excluída do processo de crescimento de Mossoró. Trata-se de milhares de pessoas que, apesar das diversas oportunidades de emprego, não conseguem ser aproveitadas por falta de mão de obra qualificada.
Inclusive, esse é um dos principais problemas de Mossoró, segundo especialistas. É o caso da construção civil, por exemplo. Novos empreendimentos imobiliários surgem a cada dia, mas boa parte da população mossoroense está excluída deste processo.
É que o segmento continua a enfrentar o problema de anos atrás: falta de profissionais qualificados. Com a verticalização, o segmento passou a exigir mão de obra qualificada, porém, Mossoró não consegue suprir essa oferta devido à carência de mão de obra qualificada para, por exemplo, fazer o acabamento dos belos edifícios que estão sendo erguidos na cidade. O resultado é a "importação" de trabalhadores.
Os dados do Cadastro Único, de que 25.081 famílias sobrevivem com renda per capita de até R$ 140 em Mossoró e 30.575 famílias vivem com per capita de até meio salário mínimo, revelam, portanto, a necessidade de políticas públicas que garantam inclusão social e reduzam os índices de pobreza em Mossoró. 

Prefeitura cearense dá exemplo contra misériaO município de Fortaleza (CE) dá exemplo de prioridade no combate à miséria, o que poderia ser seguido por Mossoró. Com o objetivo de tirar famílias da situação de extrema pobreza, a Prefeitura de Fortaleza lançou, semana passada, o Plano Construindo uma Fortaleza Sem Miséria.
Estão envolvidas no projeto 13 secretarias. Com isso, as ações estarão ligadas às políticas municipais de educação, saúde, assistência social, direitos humanos, desenvolvimento econômico, habitação, cultura, turismo, entre outras.
O orçamento da Prefeitura do próximo ano será distribuído em ações, como a ampliação do CadÚnico, o aumento do número de Centros de Referência em Assistência Social (Cras), realização de qualificação e inclusão produtiva, ajuda às famílias com o Programa Fortaleza Alfabetizada e o Plano Fortaleza de Prevenção e Atenção Integral aos Usuários de Crack e Outras Drogas.
Segundo a Prefeitura, o programa tem o foco direto nas pessoas que vivem em situação de extrema pobreza. Além disso, será possível ajudá-los com ações básicas como o Cadastro Único e também com uma qualificação profissional.
Algumas pessoas que foram mapeadas pelo plano viviam em um nível de pobreza tão acentuado que eram invisíveis para a sociedade e também para o poder público, já que a pobreza, às vezes, é invisível, mas real, com pessoas excluídas de cultura, saneamento básico, educação e saúde.

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