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domingo, 17 de março de 2013

Sinte cobra ações para solucionar problemas de saúde dos trabalhadores na área da educação

Rômulo Arnaud fala sobre as doenças que acometem os professores

A grande quantidade de professores afastados de sala de aula por motivos médicos vem preocupando o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN). Prova disso é que a saúde dos servidores vem sendo tratada de forma prioritária pela entidade. Na última sexta-feira, os trabalhadores promoveram uma parada de advertência e realizaram um debate com a categoria.
Segundo o coordenador-geral do Sinte/RN, Rômulo Arnaud, vários fatores contribuem para o adoecimento dos servidores. "O principal ponto são as condições de trabalho. Um exemplo é a necessidade de ar-condicionado nas salas de aula. Isso não é um luxo, mas uma necessidade. O calor é insuportável e acaba tirando a atenção dos alunos que precisam sair de sala para beber água e ir ao banheiro, por exemplo", cita.
Outro fator mencionado pelo coordenador do Sinte/RN é a superlotação das salas de aula e a carga horária excessiva dos professores. "Como os salários pagos aos professores são baixos, os docentes precisam ter de dois a três vínculos para conseguir se manter. Isso gera uma série de problemas de cansaço, estresse, entre outros", destaca Rômulo Arnaud.
O professor ainda cita a indisciplina dos estudantes. "Os alunos estão cada vez mais trabalhosos. Como as salas são superlotadas, os docentes precisam se desdobrar para manter a disciplina em sala de aula. Tem também o aumento da violência nas escolas que acaba gerando medo nos trabalhadores", ressalta.
A falta de licença para os professores também é um dos pontos mencionados por Rômulo Arnaud. "A lei determina que a cada cinco anos, os professores têm direito a três meses de férias. No entanto, a legislação não é cumprida porque temos professores com 20 anos trabalhados e sem nunca terem tirado uma licença sequer. Então é necessária uma política para se resolver essa questão", afirma.
"Outra questão é o cumprimento do que diz a Lei do Piso. Segundo a legislação, 1/3 da carga horária deve ser destinada a atividades fora da sala de aula. Atualmente, nós cumprimos 25 horas dentro de sala de aula, quando a lei diz deveria ser 20 horas. No entanto, o Governo do Estado insiste em descumprir a determinação", explica.
Segundo o coordenador, está propondo ao Governo do Estado que seja criado um Centro de Referência de Saúde do Trabalhador para que esses problemas sejam solucionados. Ele ainda cita as principais doenças que acometem os servidores da Educação.
"Os principais problemas são na voz, na coluna e psicológico. A voz é uma questão preocupante porque é o instrumento de trabalho do professor. Estafas também são muito comuns entre os trabalhadores", elenca Rômulo Arnaud.
A equipe de reportagem do jornal O Mossoroense entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEEC) para fazer um levantamento de quantos profissionais estão afastados em licença médica. No entanto, até o fechamento desta edição, os números não foram repassados.

Fonoaudióloga esclarece os cuidados no uso da voz

Um dos principais problemas que acometem os professores é a rouquidão. A fonoaudióloga Isabel Linhares destaca os cuidados que os profissionais precisam ter no uso da voz. "É preciso conhecer e desenvolver medidas preventivas, com o intuito de conservar a qualidade vocal, protegendo-se do uso inadequado frequente e evitando doenças", afirma.
Segundo ela, isso pode ser feito mudando pequenos hábitos e comportamentos do cotidiano. "Disciplinar os horários de trabalho para que haja repouso vocal; hidratar-se com sete a oito copos de água por dia, sendo esta na temperatura ambiente; evitar competição com ruído ambiental, ou seja, falar alto para conseguir ser ouvido; realizar aquecimento e desaquecimento passados por um fonoaudiólogo; evitar o uso do fumo; e utilizar roupas leves que permitam a livre movimentação do corpo, principalmente na região do pescoço e cintura", destaca.
A fonoaudióloga ainda cita evitar a ingestão de refrigerante, comidas gordurosas ou condimentadas, principalmente antes de lecionar; evitar as mudanças bruscas de temperatura no ar ou líquido; realizar exercícios de relaxamento regularmente; realizar avaliações auditivas, fonoaudiológicas e otorrinolaringológicas periódicas; manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante a fala, devendo procurar falar sempre de frente para os alunos; na falar em excesso durante quadros gripais ou crises alérgicas; dormir bem; evitar álcool em excesso; não usar sprays e pastilhas sem prescrição médica; e utilizar artifícios para descansar a voz (rodas de leitura, retroprojetor, slides, entre outros".
Ainda segundo Isabel Linhares, os riscos de aparecimento de problemas vocais são inúmeros, já que a maior parte das pessoas desconhecem o uso da voz de maneira eficiente. "Dentre alguns perigos que podem surgir, destaco o aparecimento de lesões nas pregas vocais, dores na região cervical e diminuição da resistência respiratória e da voz. Preocupar-se e cuidar da saúde da voz são atitudes responsáveis e corretas, que garantem resultados positivos na saúde como um todo e também na profissão.

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