APODI - A estiagem que atinge o Rio Grande do Norte desde o ano passado, e provoca prejuízos em vários setores da economia estadual, deixou em alerta a produção agrícola voltada para a monocultura. Mas na cajucultura, um dos segmentos mais prejudicados com a seca, novas perspectivas já começam a surgir.
Para diversificar a produção, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Norte (Sebrae-RN) em parceria com a Fundação Banco do Brasil, implantará, no município de Apodi, uma agroindústria de processamento de polpas e frutas. Nove grupos de agricultores familiares serão beneficiados. Os recursos para a execução do projeto, na ordem de R$ 150 mil, já estão alocados.
A boa notícia, apresentada durante o Encontro do Comitê Gestor da Cajucultura, realizado nos últimos dois dias, em Apodi, deixou os produtores otimistas quanto à possibilidade de diversificar a produção, agregar valor ao produto e aumentar a renda familiar. As frutas produzidas atualmente pelos produtores familiares atendidos pelo Sebrae e Fundação Banco do Brasil são vendidas in natura.
"É com muita satisfação que recebemos esta boa nova. Os produtores terão um ganho muito grande com a venda dos produtos já com valor agregado, pois, como ainda não temos esse benefício, vendemos o que produzimos in natura, e isso diminui os nossos lucros", comemora Manoel Cristiano, presidente da Associação de Produtores.
Processamento deverá ser iniciado em cinco meses
A perspectiva é que em cinco meses, a agroindústria inicie as operações, com foco inicial na produção de polpas de frutas típicas da região, como manga, acerola, cajarana, e caju. Posteriormente também serão desenvolvidos outros métodos voltados para a agregação de valor aos produtos, a exemplo da desidratação de frutas e fabricação de doces.
"Estamos aproveitando o potencial de cada grupo para desenvolver novas possibilidades que garantam o sustento da família em todos os períodos do ano. Com o processamento de frutas da época, teremos uma alternativa viável, que permitirá, por exemplo, que durante uma estiagem severa como esta, os grupos não parem de produzir e de ter renda", avalia Franco Marinho, gestor de Cajucultura do Sebrae-RN.
A agroindústria de processamento beneficiará frutas produzidas nas nove unidades produtivas de castanha atendidas pela Fundação Banco do Brasil e Sebrae-RN. No período que antecede a instalação serão promovidas capacitações e orientação técnica e aplicadas consultorias. Uma equipe formada por sete técnicos será contratada para executar o trabalho.
"Conhecemos o potencial de cada grupo, e sabemos da capacidade produtiva. Este é um projeto que trará muitos benefícios aos grupos atendidos, por isso estamos investindo, oferecendo todos os recursos necessários para que os produtores alcancem os melhores resultados", destaca Paulo Chacon, gerente da Fundação Banco do Brasil.
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