As primeiras chuvas que caíram na região serviram para animar os produtores rurais e trazer esperança para quem vive da terra. No entanto, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró (Sindilavoura), Francisco Gomes de Melo, afirma que ainda não choveu o suficiente para que os produtores comecem as plantações.
“Só choveu em torno de 5% das comunidades. Além disso, é necessário chover pelo menos 50 milímetros para fazer o arado e podermos plantar. Nesse momento, o pessoal está fazendo o remonte de cerca e se preparando para as chuvas que ainda devem cair na região. Para começarmos a plantar é necessário que chova mais e se torne mais constante”, explica.
Segundo o presidente do Sindilavoura, a inconstância das chuvas é o motivo principal para a demora no plantio. “Depois do plantio, precisa chover três dias depois para que a semente germine. Caso isso não aconteça, podemos perder tudo. Por esse motivo, estamos aguardando que as chuvas se tornem mais frequentes para iniciar o plantio”, destaca.
O Governo do Estado sinalizou a entrega de sementes de milho, feijão e sorgo para distribuir entre os produtores rurais do Estado. Foram investidos R$ 3,8 milhões na compra de 450 toneladas de sementes para 42 mil produtores rurais de todo o Rio Grande do Norte. A distribuição em Mossoró deve ser iniciada nesta semana. Na região devem ser entregues 54 toneladas de sementes, sendo beneficiados 4.249 produtores de 11 municípios.
Segundo Francisco Gomes, a distribuição de sementes é um acordo com os produtores rurais. “Fizemos um acordo com o governo de que após um ano de estiagem os bancos de sementes seriam reabastecidos. No ano passado, houve uma perda de produção de 100%, então precisamos receber as sementes para fazermos o plantio deste ano”, afirma.
Nova previsão climática é aguardada pelos produtores
Apesar das poucas chuvas, os agricultores estão esperançosos por um bom período chuvoso. “As previsões apresentadas pelos meteorologistas até agora não são muito animadoras. No entanto, esperamos que as próximas previsões sejam melhores e indiquem mais chuvas para a região”, afirma o presidente do Sindilavoura.
Francisco Gomes ainda explica que as chuvas são mais esperadas para o mês de fevereiro. “Este mês precisa chover muito para que possamos fechar o plantio até metade de março. Para isso, precisa chover em todas as comunidades e de forma constante”, esclarece.
A última previsão climática elaborada pelos meteorologistas para o norte da região Nordeste indicava um período chuvoso na média ou abaixo da média. Os técnicos voltam a se reunir hoje e amanhã para analisar as mudanças climáticas na região e elaborar a previsão para o próximo trimestre.
A reunião dos meteorologistas será sediada pelo Rio Grande do Norte e coordenada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). Na ocasião, os meteorologistas farão uma análise das condições oceânicas-atmosféricas e a previsão de chuvas para o próximo trimestre.
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