Os agentes de trânsito e guardas civis, juntamente com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), percorreram, ontem pela manhã, as principais ruas do centro da cidade, realizando manifestação para reivindicar uma série de medidas, tais como implantação do Plano de Cargos, Carreira e Salários e melhores condições de trabalho.
A presidente do sindicato, Marilda Souza, disse que os guardas e agentes de trânsito decidiram realizar uma parada de advertência para alertar a sociedade e os órgãos competentes sobre a situação vivenciada pela classe.
"A prefeita desrespeita o plano de carreira dos agentes, retirando 40% das gratificações e insiste em não nomear comissão para discutir plano de carreira. Nossas reivindicações são sérias e demandam segurança para o próprio trabalhador, a Guarda Civil é armada atualmente de baladeira. Esses trabalhadores precisam ter suas necessidades atendidas de imediato", informa Marilda.
Um dos guardas, que preferiu não se identificar com receio de retaliações, disse que a manifestação tem o principal intuito de mostrar à sociedade a falta de estrutura vivenciada pela Guarda Civil da cidade.
"Não temos o mínimo de condições de trabalho. Para se ter uma ideia, o prédio onde atuamos está caindo aos pedaços, não possuímos viaturas que condizem com a fiscalização. Além disso, foram retirados 40% do nosso salário, o que corresponde a quase R$ 600. Esse valor é pago para os agentes de trânsito desde 2009, quando assumimos, e temos o respaldo legal", relatou o agente de trânsito.
Marilda ainda destaca que não está descartada a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. "Hoje estamos realizando uma parada de advertência, mas a possibilidade de uma greve não está afastada. Caso isso ocorra, infelizmente a população irá passar por alguns transtornos, como a falta de orientação no trânsito e ausência de segurança na cidade", relatou.
A equipe do jornal O Mossoroense tentou entrar em contato com o responsável pela Guarda Municipal da cidade para obter mais informações sobre o assunto, porém não obteve resposta.
Motoristas queixam-se de transtornos no trânsito em decorrência da manifestação
Os mossoroenses que precisaram se locomover por algumas ruas do centro da cidade se surpreenderam com a ocorrência de um protesto dos guardas civis e agentes de trânsito, o que afetou de forma direta o fluxo de veículos em algumas áreas da cidade. Os motoristas reclamaram do imprevisto e das dificuldades encontradas para chegar a seus destinos.
Durante a manifestação, os guardas percorreram algumas ruas da cidade, utilizando carro de som e grande número de profissionais munidos de baladeiras e apitos. Em alguns trechos os profissionais orientavam os veículos e ajudaram a minimizar os efeitos da ocupação de uma das vias.
A condutora Kalina Maria disse que foi afetada pela realização da manifestação. "O trânsito ficou congestionado e muito lento, com isso foi criada uma fila de veículos, trazendo um certo tumulto. Sem saber o que estava acontecendo muitas pessoas ficam buzinando, acabam nervosas. Dos males o menor, uma vez que apenas uma faixa da via foi ocupada pelos manifestantes", relatou.
Já o motorista Breno Costa comentou que em vez de percorrer as ruas da cidade, causando alguns transtornos, os guardas deveriam ter se instalado em frente à Prefeitura para reivindicar.
"Sei que os profissionais têm o direito de protestar e a causa deles é justa, porém o que não pode é afetar a população desta forma. Algumas pessoas, infelizmente, vão se atrasar um pouco, seja no trabalho, para resolver alguma pendência, em decorrência da utilização de uma das faixas. A manifestação deveria acontecer na Prefeitura, já que este é o órgão competente para sanar as dificuldades dos guardas municipais", comentou Breno.
Reivindicações da classe trabalhadora:
1. Flexibilização da permuta;
2. Plano de carreira;
3. Melhores condições de trabalho;
4. Porte de armas;
5. Cumprimento imediato da Gratificação de Desempenho Específica de Segurança (GDES);
6. Imediata revogação do Regimento Disciplinar Interno (RDI);
7. Garantia de duplas nos postos de trabalho;
8. Isenção pecuniária de acidentes ocorridos no exercício da função;
9. Pagamento de horas extras;
10. Auxílio-fardamento;
11. Curso de tiro.
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