Com o final das Eleições 2012, muitos políticos conseguiram seus mandatos, inclusive alguns desses renovaram a representatividade do povo fazendo aflorar a esperança de um nova era para a população, incluindo as questões na segurança pública, um problema antigo da população.
As frequentes ondas de assaltos, assassinatos, roubos e furtos em todo o Brasil, inclusive em Mossoró, deixam os moradores apreensivos, com os olhos no futuro no tocante a melhorias para a segurança.
Diante dessa expectativa, o jornal O Mossoroense foi às ruas para entrevistar populares, autoridades representantes de entidades de bairros, delegados e políticos para saber dos anseios e o que pensam sobre as propostas de palanque dos novos e velhos políticos.
O vendedor ambulante Francisco das Chagas Freitas, "Bio", 24, disse que já foi assaltado três vezes, sempre no final da tarde, quando desarmava sua "barraca", situada em uma calçada no centro da cidade. Ele explica que nas três ocasiões os bandidos, aparentemente menores, colocaram uma arma na sua cabeça e levaram o pouco que havia apurado durante o dia.
"Não sei aonde vamos parar com a violência. Pensando nisso votei em um candidato que prometeu apresentar um projeto para reforçar a segurança. Sei que ele sozinho não poderá fazer nada, mas se tiver a ajuda dos companheiros de bancada, o projeto vai ganhar mais força", explicou.
O delegado Herlânio Cruz, adjunto da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur) de Mossoró, explica que a questão da segurança pública está mais ligada ao governo estadual, no entanto acredita que os representantes públicos locais também podem ter a sua parcela de contribuição para o melhoramento da segurança pública.
Para isso, o delegado acredita que os políticos recém-eleitos vão ter um desafio pela frente para ajudar a conter a onda de violência na cidade. "Eles (políticos) podem ajudar sim, de forma bastante direta. Criando projetos para instalação de novas câmeras no centro e nos bairros mais afastados, ampliando o efetivo da guarda municipal, além de solicitar para as ruas um maior contingente da guarda municipal. Com isso o trabalho de fiscalização e monitoramento dos bandidos vai ser ainda mais eficaz", destacou.
O delegado diz que a população deveria ser ainda mais participativa, com relação à cobrança das promessas de campanha dos novos representantes. "Se você tem uma aproximação com o seu representante político que foi eleito, você pode cobrar que ele possa também dar prioridades às promessas feitas, incluindo a segurança pública", concluiu.
De acordo com o aposentado Raimundo Melquíades Cunha, 74, morador da rua Seis de Janeiro, no bairro Santo Antônio, a eleição deste ano teve como um dos pontos de discussão a segurança pública, onde os candidatos, tanto nas visitas quanto nos palanques, apresentavam propostas para reduzir o índice de violência.
"Minha expectativa é que pelo menos a metade das promessas da segurança seja cumprida. Se isso acontecer está muito bom. Moro em uma rua com alto índice de violência e espero que esses projetos também cheguem à rua Seis de Janeiro", destacou.
Delegado defende maior entrosamento entre guarda municipal, equipe de trânsito e policiais civis e militares
O delegado Denys Carvalho da Ponte, titular da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc), espera que os novos representantes eleitos recentemente possam apresentar projetos na área de segurança pública que venha aproximar ainda mais a Guarda Municipal e equipe de trânsito das polícias civil e militar.
Segundo o delegado, se houver o entrosamento entre estas corporações os trabalhos ostensivos e investigativos vão melhor ainda mais. "A guarda de rua está presente em vários pontos da cidade e tem condições de ajudar ainda mais no trabalho da PM e da Polícia Civil. Eles podem acionar as viaturas quando notar algo estranho ou suspeito e imediatamente os policiais vão chegar ao local e a prisão poderá ser mais rápida", destacou.
Com relação às equipes do trânsito, Denys Carvalho também explicou que estas podem ser muito importantes no combate ao crime. "As equipes estão circulando diariamente nas ruas e ao verem veículos ou pessoas suspeitas podem pedir ajuda pelo rádio e as viaturas policiais vão chegar também", enfatizou.
O delegado espera que as promessas de campanha possam sair do papel e os representantes eleitos possam fazer valer a confiança dada pelo povo. "Vamos torcer e acreditar que tudo vai dar certo dessa vez, pelo menos é o que a população espera", concluiu.
Mulher revoltada com assassinato do filho aponta falhas na segurança pública para identificar acusados de homicídio
Uma das maiores preocupações da população mossoroense atualmente é a segurança pública e por motivos plenamente justificáveis.
No lar, no trabalho, na escola, na zona rural, seja onde for, a ausência de condições seguras está presente em atos de violência. Acontecimentos recentes mostram a fragilidade das instituições e refletem o medo na vida das pessoas.
A dona de casa Maria da Conceição (nome fictício), que recentemente teve o filho assassinado em uma tentativa de assalto, ainda chora a dor de perder o ente querido e a revolta de nada ter sido resolvido, para pelo menos tentar identificar os assassinos do jovem de 23 anos.
Ela se revolta por saber que o filho foi morto em uma rua movimentada do Alto de São Manoel e que ninguém sabe ou viu como tudo aconteceu. "Se o local, que é próximo de uma escola, tivesse ao menos câmeras de segurança, teria filmado a ocorrência e seria mais fácil a identificação dos culpados", desabafou.
A dona de casa se revolta ao lembrar que as questões de segurança sempre foram tema de palanques, independente de qual seja o pleito eleitoral. Ela espera que seja ampliado o número de câmeras, como prometido em palanques e assim outras mães não venham a sofrer o que ela está passando.
Com medo de morrer também, pois está sendo ameaçada pelos criminosos, a dona de casa espera que a polícia possa chegar aos acusados pela morte do filho.
"Meu apelo é para que os nossos representantes não deixem apenas nos palanques o que foi prometido em campanha e inocentes não paguem o preço de uma sociedade descontrolada e insegura".
"A falta de integração entre os órgãos de segurança é tão grave que é possível afirmar que o sistema de informações que serve de base para o estabelecimento de um simples plano de metas na área da segurança pública é uma verdadeira torre de babel", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário