Durante assembleia realizada neste dia 26, na Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Uern (Aduern), os professores aprovaram o indicativo de greve para próxima quarta-feira, 2 de maio. A data seria o dia do início do semestre letivo 2012.1.
Em clima de indignação, todos os discursos dos sindicalistas externavam a decepção pela quebra do compromisso feito pelo Governo do Estado e direcionavam a categoria para um novo movimento paredista.
Alguns alunos compareceram ao encontro na tentativa de buscar um meio de resolver a questão sem apelar para suspensão das aulas, atitude que já os prejudicaram em outras oportunidades. Mas em resposta aos cartazes com a frase: "Sem Greve. Queremos aula", os professores apenas lamentaram: "Não temos outra alternativa".
Mesmo cientes dos prejuízos que uma paralisação gera para a Universidade, os professores se viram "obrigados a buscar esse caminho para garantir a os direitos e valorização da classe". A categoria deu o prazo até o dia 2 de maio para aguardar um posicionamento do governo estadual. Se até este dia o governo não apresentar solução para cumprir o acordo feito no ano passado, quando garantiu o primeiro reajuste salarial para abril deste ano, será realizada mais uma greve na Uern.
"Não temos mais proposta para apresentar, queremos apenas que o acordo feito no ano passado seja cumprido", declarou o presidente da Aduern, Flaubert Torquato. Segundo o presidente, representantes da categoria irão a Natal hoje, 27, para se reunir com o secretário-chefe do Gabinete Civil, Anselmo de Carvalho, a fim de cobrar explicações sobre a razão de o reajuste não ter sido efetivado nos contracheques dos professores.
No último dia 23, em assembleia com o reitor da Uern, Milton Marques, os professores foram informados de que o reajuste de 10,65% não constava nos contracheques de abril, como havia sido combinado em setembro do ano passado. O acordo é o que tinha dado fim à greve histórica de 106 dias realizada pela categoria no ano passado, e previa, além dos pouco mais de 10% mencionados, mais 7,43% em abril de 2013 e outros 7,43% no mesmo mês de 2011.
Segundo informações repassadas aos sindicalistas pelo reitor, Anselmo Carvalho teria dito que o Governo do Estado não tem como cumprir o acordo devido aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele disse que fará esse mesmo comunicado na audiência agendada para hoje, às 11h, no Centro Administrativo, em Natal.
Para os sindicalistas, o que mais revolta na situação é a falta de compromisso do Governo do Estado com os servidores. "Na semana passada, a governadora disse que iria cumprir o acordo feito no ano passado e com poucos dias depois descumpriu o acordo não repassando o reajuste. Não dá para acreditar na palavra", desabafa a professora Telma Gurgel.
Os sindicalistas lembram que no documento encaminhado ao reitor Milton Marques de Medeiros, em 15 de agosto de 2011, pelo então secretário de Administração e de Recursos Humanos, Anselmo de Carvalho, o governo estadual em momento algum condicionou o reajuste aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Na próxima quarta-feira, 2, os professores se reunirão em outra assembleia para avaliar a reunião com o secretário Anselmo de Carvalho e decidir o futuro da mobilização. No mesmo dia, os técnicos-administrativos da Universidade também se reunirão para avaliar a paralisação da categoria.
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