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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

II Ursap alerta para risco de circulação da dengue tipo 4 na região e intensifica ações de prevenção



Com a chegada do período chuvoso cresce em Mossoró a preocupação com o vírus da dengue, doença comum nesta época do ano. Mas outra coisa tem chamado a atenção da II Unidade Regional de Saúde Pública (Ursap), que foi o aparecimento no início do ano de dois casos comprovados de dengue tipo 4 (DENV 4) nos municípios de Alexandria e Guamaré. A incidência desse tipo da doença nestas cidades acende o sinal de alerta para uma possível circulação do vírus no município. A apreensão é justificada pelo fato de o Estado não ter casos desse tipo de dengue há mais de 30 anos.
Segundo dados do Departamento de Vigilância à Saúde, neste ano já foram registrados 16 casos de dengue, porém não houve nenhuma confirmação do tipo 4. De qualquer forma, a Vigilância fará o isolamento viral para saber o tipo de vírus que está circulando pela cidade. O órgão justifica que a confirmação de casos em municípios vizinhos aumenta a probabilidade de ameaça de circulação do vírus tipo 4.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública, nos últimos anos tem sido observado um padrão sazonal de aumento de dengue no Brasil e também no Rio Grande do Norte. O órgão de saúde alerta que o maior número de casos se concentra geralmente nas zonas urbanas, onde é maior a quantidade de criadouros resultantes da ação do ser humano. Entretanto, a doença pode ocorrer em qualquer localidade, desde que exista população humana suscetível, presença do vetor e o vírus seja introduzido.
A circulação comprovada dos sorotipos DENV1; DENV2; DENV3 e DENV4 no Rio Grande do Norte e uma taxa de letalidade de 4,7 % no ano de 2011 demonstra o quanto esta doença é grave. Coordenador de endemias, Carlos George diz que como a região não tem registro de casos de dengue tipo 4 há bastante tempo, por isso a possibilidade desse vírus gera muito receio. Devido à situação, o Estado deve se preparar o quanto antes para possível caso de epidemia.
O coordenador explicou que o vírus só pode contagiar a pessoa por no máximo quatro vezes, pois uma vez que se contraia o vírus DENV 1, após o combate da enfermidade, o indivíduo se torna imune aquele tipo de dengue, só podendo contrair agora aquelas do tipo 2, 3 e 4. No entanto, ele destaca que a doença não segue necessariamente esta ordem, "o indivíduo pode pegar pela primeira vez dengue tipo 3, ou logo dengue tipo 4. O que deve-se pontuar é que as do tipo, 2 3 e 4 são mais graves do que a do tipo 1, pois aumentam as chances de dengue hemorrágica", disse Carlos George.
Com a constatação da doença em municípios vizinhos, as Subcoordenadorias de Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental e Ações de Saúde iniciaram ações preventivas para recomendar diretrizes a serem implantadas ou implementadas imediatamente pelas Secretarias Municipais de Saúde com o objetivo de evitar epidemias, gravidade ou óbitos por dengue.
Entre as medidas enumeradas estão a realização periódica do Levantamento Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) como forma de garantir diagnóstico e planejamento das ações com redução e eliminação dos riscos de transmissão de dengue. Bem como, ações de orientação da população sobre o risco e as formas de prevenção da doença.