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domingo, 10 de julho de 2011

Policiais militares acusados da morte de patrulheiro rodoviário vão a júri popular



Na próxima terça-feira (12), três policiais militares acusados de assassinarem a tiros um patrulheiro aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sentarão no banco dos réus para serem julgados pelo crime cometido há nove anos. Wallace Tavares dos Santos, Paulo César da Silva e Severino Santana Filho são apontados como autores do homicídio de Pedro Lúcio dos Santos, assassinado no dia 26 de fevereiro de 2002, em uma estrada carroçável na zona rural de Mossoró, quando voltava para casa na companhia da esposa.
Na ocasião, um quarto policial identificado como Francisco Aisamarque também participou do crime, porém ele não figura na lista dos que serão julgados, devido ter sido assassinado poucos meses depois, quando saía do Centro de Educação Integrada Professor Elizeu Viana, no bairro Nova Betânia.
Tudo leva a crer que será um dos julgamentos mais complicado e demorados dos últimos tempos, devido à complexidade do caso. O promotor de justiça (de acusação) Ítalo Moreira Martins e o advogado Gilmar Fernandes de Queiroz (defesa) se preparam para uma verdadeira batalha judicial, programada para começar às 9h, no Fórum Desembargador Silveira Martins.
O juiz responsável pelo veredicto será Vagnos Kelly, titular da 1ª Vara Criminal de Mossoró. Devido à alta complexidade do caso, que envolve muitos depoimentos e testemunhas, o Ministério Público acredita que o julgamento deverá se estender por vários dias. A reportagem do O Mossoroense tentou entrar em contado com o promotor Ítalo Moreira para ele falar sobre o julgamento, mas a assessoria informou que somente após o encerramento dos trabalhos é que ele deverá se pronunciar. 
Entenda o caso
A ação policial que resultou na morte do patrulheiro Pedro Lúcio dos Santos começou no dia 26 de fevereiro de 2002, quando dois elementos armados de pistolas tomaram de assalto um Pálio de cor cinza e placa MYQ-8034, pertencente ao Hotel Thermas, que estava com um funcionário.
Na oportunidade, o funcionário Everaldo Alencar Pereira saía do Oásis Shopping quando foi abordado pela dupla que lhe tomou o veículo. Após o assalto, os elementos saíram com destino à BR-405, sendo perseguidos por uma guarnição, do então Grupo Tático de Combate (GTC).
Os marginais em determinada altura abandonaram o veículo, depois de rodar vários quilômetros com o pneu dianteiro furado. Moradores da região disseram à polícia que a dupla havia fugido a pé e estava escondida nas proximidades.
Foi montado uma barreira na estrada carroçável, nas imediações do sítio Pedra Branca. No mesmo instante, Pedro Lúcio retornava da sua fazenda, no sítio Chafariz, e ao avistar os policiais pensou se tratar de assaltantes e apagou as luzes do seu veículo, uma Fiorino cinza, de placa MZI-0017/Pau dos Ferros.
Quando os policiais avistaram o carro com os faróis apagados começaram a atirar na vítima que foi atingida por dois tiros de pistola 380. Pedro Lúcio ainda foi conduzido ao HRTM, mas não resistiu e morreu. A esposa do patrulheiro, Zeni Santos, que viajava com ele, nada sofreu e passou a ser a principal testemunha do crime.
Os policiais responsáveis pelos tiros foram identificados e afastados das suas funções e agora levados a julgamento.
Morte de patrulheiro desencadeou série de assassinatos
Com a morte do patrulheiro aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), assassinado por engano por policiais militares, vários homicídios foram registrados em Mossoró com fortes indícios de relacionamento com o caso Pedro Lúcio.
No dia 13 de setembro de 2002, por volta das 19h30, um desconhecido assassinou com três tiros na cabeça o policial militar Aisamarque Francisco de Oliveira Paiva, 21, que estava de saída do colégio Eliseu Viana, no bairro Nova Betânia.
Segundo registros oficiais da polícia, quando a vítima entrou no seu carro foi atingida por três tiros na cabeça. Na ocasião, familiares de Aisamarque Francisco disseram à polícia que se tratava de vingança, devido o policial ter sido um dos integrantes do Grupo Tático de Combate (GTC) envolvido na morte de Pedro Lúcio. Após a morte do patrulheiro, Aisamarque passou a receber ameaças de morte.
Outra morte, segundo a Polícia Civil, que tem ligação é a de Worton Tavares dos Santos, executado a tiros em junho de 2003, e a de Luiz Tavares dos Santos, ocorrida em agosto de 2003, irmão e pai, respectivamente, do policial Wallace Tavares dos Santos, que vai a júri na próxima terça-feira. O crime foi em agosto de 2003.
Em seguida foi registrada outra execução que, segundo Wallace Tavares, trata-se do pistoleiro que matou Luiz Tavares (seu pai) e estava na cidade para matá-lo. O suposto pistoleiro foi identificado por Rosinaldo, o "Bigode", fugitivo da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Bigode teria reagido à voz de prisão do GTC e foi baleado e morto numa casa no bairro Nova Betânia.
Já em outubro de 2004, o despachante Wesley Thompson de Oliveira Santos (filho de Pedro Lúcio) foi executado a tiros. O crime é atribuído a Wallace Tavares.

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